PELA CONSTITUIÇÃO<br>E POR ABRIL

«re­forçar a can­di­da­tura de Edgar Silva, pelos tra­ba­lha­dores, pelo povo e pelo País»

Muito mar­cada pelo re­sul­tado das le­gis­la­tivas e seus de­sen­vol­vi­mentos na nova si­tu­ação po­lí­tica ou por con­di­ci­o­na­mentos que vi­saram des­va­lo­rizar estas elei­ções, chegou ao fim a pré-cam­panha das pre­si­den­ciais. Este pe­ríodo ca­rac­te­rizou-se pela cres­cente afir­mação da can­di­da­tura de Edgar Silva com a re­a­li­zação de um po­si­tivo con­junto de ini­ci­a­tivas e pelo recuo da can­di­da­tura de Mar­celo Re­belo de Sousa com a pro­gres­siva des­mis­ti­fi­cação da ideia da sua su­posta in­de­pen­dência e vi­tória an­te­ci­pada.

O co­mício da can­di­da­tura de Edgar Silva no pas­sado do­mingo no Porto, com a par­ti­ci­pação de mais de quatro mil pes­soas (apesar do tem­poral) e onde in­ter­vi­eram, além do can­di­dato, o Se­cre­tário-geral do PCP e a di­ri­gente do PEV, He­loísa Apo­lónia, foi um grande ar­ranque e ini­ci­a­tiva sem pa­ra­lelo no quadro da pre­sente cam­panha elei­toral, forte de­mons­tração do apoio a esta can­di­da­tura e grande im­pulso para a afir­mação e di­na­mi­zação da cam­panha que temos pela frente.

Es­tamos agora a dez dias das elei­ções que se re­vestem de grande im­por­tância e sig­ni­fi­cado po­lí­ticos já que os seus re­sul­tados, pelo que im­plicam nas op­ções e ori­en­ta­ções do fu­turo Pre­si­dente da Re­pú­blica, terão um grande im­pacto no de­sen­vol­vi­mento da ac­tual si­tu­ação do País.

Na nova fase em que en­trámos, im­porta, por isso, va­lo­rizar ainda mais o pro­jecto e os com­pro­missos da can­di­da­tura de Edgar Silva e que são as­pectos dis­tin­tivos de todas as ou­tras: cum­prir e fazer cum­prir a Cons­ti­tuição, afirmar os va­lores de Abril, pro­mover a jus­tiça so­cial, bater-se pela de­fesa dos in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo, in­tervir pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e pela con­cre­ti­zação de uma al­ter­na­tiva po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda e dar cen­tra­li­dade à so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­o­nais como va­lores fun­da­men­tais para um Por­tugal com fu­turo.

Cada voto em Edgar Silva sig­ni­fi­cará o re­forço deste pro­jecto de mu­dança de po­lí­tica. Mas, ao mesmo tempo, con­tri­buirá para a der­rota de Mar­celo Re­belo de Sousa, o can­di­dato do PSD e CDS, apoiado pelos grandes grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros que gos­ta­riam de con­ti­nuar a poder contar com um Pre­si­dente da Re­pú­blica como Ca­vaco Silva, que lhes per­mita do­minar o poder po­lí­tico, su­bor­di­nando-o aos seus in­te­resses de classe.

À me­dida que se apro­ximam as elei­ções, crescem os si­nais de que nada está de­ci­dido e ganha força a pos­si­bi­li­dade real de der­ro­tarmos o can­di­dato da di­reita.

É ne­ces­sário pro­mover o en­vol­vi­mento de todo o Par­tido na mo­bi­li­zação e es­cla­re­ci­mento para a im­por­tância do voto em Edgar Silva. Mas é igual­mente im­por­tante en­volver os de­mo­cratas e pa­tri­otas, os jo­vens, todos aqueles que as­piram e se batem pela mu­dança de po­lí­tica. Nesse sen­tido, cons­titui um ele­mento de acres­cida im­por­tância a re­cente de­cisão da In­ter­venção De­mo­crá­tica (ID) de apoiar a can­di­da­tura de Edgar Silva.

É ne­ces­sário in­sistir nas ac­ções de massas e de rua e com­pro­meter todas as ener­gias e es­forços na mul­ti­pli­cação de con­tactos de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação, com es­pe­cial atenção ao co­mício do pró­ximo do­mingo em Lisboa.

Cumpre-se hoje cem dias sobre o novo quadro po­lí­tico saído das elei­ções le­gis­la­tivas de 4 de Ou­tubro. Por todo o País, as or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais do PCP levam a cabo uma jor­nada na­ci­onal de pro­pa­ganda com a dis­tri­buição de um do­cu­mento à po­pu­lação. Cem dias sobre a con­de­nação im­posta nas elei­ções de 4 de Ou­tubro ao go­verno da co­li­gação PSD/​CDS e à sua po­lí­tica; cem dias que per­mi­tiram abrir ca­minho a uma so­lução po­lí­tica que possa as­se­gurar a in­versão do rumo de de­sastre e ex­plo­ração dos úl­timos anos; cem dias em que o PCP in­ter­veio pela cri­ação de con­di­ções que dêem res­posta a pro­blemas e as­pi­ra­ções mais ime­di­atos dos tra­ba­lha­dores e do povo, con­se­guindo avanços e con­quistas que, mesmo par­ciais, im­porta con­so­lidar e am­pliar.

Foi o caso, na úl­tima se­mana, da re­po­sição dos fe­ri­ados rou­bados e vai ser a vo­tação na As­sem­bleia da Re­pú­blica, amanhã, de uma pro­posta do PCP de re­po­sição do ho­rário se­manal das 35 horas na Ad­mi­nis­tração Pú­blica.

Avanços e con­quistas in­dis­so­ciá­veis do de­sen­vol­vi­mento da luta de massas e da acção rei­vin­di­ca­tiva em di­versas em­presas e sec­tores como acon­teceu, entre ou­tras, com a greve re­a­li­zada com ex­pres­siva adesão pelos tra­ba­lha­dores da Pe­trogal, a luta dos tra­ba­lha­dores da Alestom que con­se­guiu con­tra­riar vi­to­ri­o­sa­mente a des­cida dos sa­lá­rios e perda de di­reitos e ainda a luta dos pro­fes­sores do en­sino ar­tís­tico e es­pe­ci­a­li­zado que con­se­guiram já o pa­ga­mento da maior parte dos sa­lá­rios em atraso.

A nova fase da nossa vida po­lí­tica em que en­trámos só foi pos­sível pelo re­forço or­gâ­nico do PCP e elei­toral da CDU, a mos­trar a im­por­tância de pros­se­guir e apro­fundar este re­forço como con­dição ne­ces­sária e in­subs­ti­tuível para novos avanços e apro­fun­da­mentos que tornem mais pre­mente a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e a con­cre­ti­zação da al­ter­na­tiva po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.

Tendo pre­sente, no en­tanto, que no vasto con­junto de ta­refas que temos pela frente, a mais pri­o­ri­tária de todas é, neste mo­mento, a ba­talha das pre­si­den­ciais. E, tal como o PSD e o CDS gos­ta­riam que o seu can­di­dato saísse ven­cedor para, a partir de Belém, ini­ciar a re­cu­pe­ração da der­rota so­frida em Ou­tubro e re­tomar a po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento, também o re­forço da can­di­da­tura de Edgar Silva sig­ni­fi­cará a cri­ação de me­lhores con­di­ções para um novo rumo po­lí­tico para o País res­pei­tador de Abril e dos seus va­lores.